Quantcast
Channel: Casa » Sem categoria
Viewing all articles
Browse latest Browse all 10

Crônicas de Nova York

0
0

Jornalista lança livro com histórias de um dos edifícios mais caros da cidade

A_daybed_2.JPG

Sala de estar do apartamento do jornalista Michael Gross, na Alwyn Court Foto: Bruce Buck

Em 2004, os antiquários concentraram suas buscas no velho Mayflower Hotel no Central Park West, entre as Ruas 61 e 62, em Nova York, recolhendo pias de pedestal, caixas de correio de bronze e candelabros de cristal. Projetado por Emery Roth, arquiteto do San Remo e do Beresford, entre outros edifícios de apartamentos conhecidos de Manhattan, e inaugurado em 1926, o Mayflower perdeu toda a sua fachada ornamental há algumas décadas.
Depois de um estudante morrer atingido por uma bloco de alvenaria que caiu de um prédio da Columbia University em 1979, foi promulgada uma lei exigindo que os prédios de mais de cinco andares tivessem suas fachadas inspecionadas por segurança. Não desejando arcar com gastos altíssimos de reforma, os proprietários simplesmente removeram todos os elementos decorativos exteriores, das cornijas aos frontões. Em 2005, o prédio inteiro desapareceu.
Na época, David Dunlap, do jornal The New York Times, descreveu-o como um “edifício histórico que oferece calma na tempestade visual”. E corretamente previu que o que estava em construção em seu lugar não se tornaria um edifício histórico. O Mayflower foi adquirido pelos incorporadores William e Arthur Zeckendof, mais o braço imobiliário do Goldman Sachs e Eyal Ofer, magnata dos setores imobiliário e marítimo, por US$ 401 milhões (R$ 930 milhões) – um recorde na cidade, quase o dobro de qualquer venda recente.
O que construíram, um edifício revestido de pedra projetado por Robert A.M. Stern, quebrou outros recordes à medida que seus proprietários bilionários vendiam seus apartamentos por somas ainda mais espetaculares. Em 2011 Sanford Weill, ex-presidente do Citigroup, vendeu seu apartamento de cobertura por US$ 88 (R$ 204 milhões) como legado para a filha de 22 anos de um oligarca russo.
Esses absurdos e superlativos estão reunidos em House of Outrageous Fortune: Fifteen Central Park West, the World’s Most Powerful Address (Casa da Fortuna Ultrajante: Central Park West, 15, o Endereço Mais Poderoso do Mundo, em tradução livre), novo livro de Michael Gross, em que ele narra histórias, como o número de apartamentos do prédio (202), a saga da família imigrante Zeckendorf, que chegou a Far Rockaways vinda da Alemanha, o estabelecimento do Upper West Side, o colapso do Lehman Brothers e o péssimo comportamento de alguns administradores de fundos de hedge, entre muitas outras histórias.
O livro está mais repleto de bilionários e suas proezas do que “740 Park: The Story of the World’s Richest Apartment Building ”, outro sucesso de Michael Gross, lançado em 2005, em que narra histórias sobre o edifício que abrigou a última onda de plutocratas de Manhattan.
Há algum tempo Gross reconstituiu sua própria história imobiliária em Manhattan, uma autobiografia sobre os apartamentos pelos quais passou, desde o estúdio no andar térreo que alugou em West 13th Street por US$ 175 (R$ 406) mensais, ao seu atual apartamento de dois quartos – preço de venda US$ 2,875 milhões (R$ 6,67 milhões) em Alwyn Court, na West 58h Street. Construído em 1909, o prédio é um bolo de noiva de apartamentos na esquina da 7.ª Avenida, revestido com filigranas de terracota vitrificada. / TRADUÇÃO ANNA CAPOVILLA


Viewing all articles
Browse latest Browse all 10

Latest Images





Latest Images